Estudo de Tempos e Métodos: a ciência por trás da eficiência industrial
Na engenharia de processos, o Estudo de Tempos e Métodos (ETM) é uma das bases mais sólidas para o aumento da produtividade e a padronização das operações.
Seu propósito vai além de medir quanto tempo um operador leva para executar uma tarefa, ele busca identificar a melhor forma de fazê-la, eliminando desperdícios, definindo padrões e equilibrando o fluxo de trabalho entre pessoas, máquinas e materiais.
Método e tempo: duas faces da mesma engenharia
O estudo se divide em duas partes principais:
- Análise de métodos, que avalia como o trabalho é executado, observando movimentos, layout, postura e sequência de atividades. O objetivo é encontrar o método mais simples, seguro e eficiente;
- Análise de tempos, que determina quanto tempo é necessário para executar a operação em condições normais, por meio de cronoanálises e observações controladas.
A cronoanálise é uma técnica que consiste em medir o tempo real de execução das tarefas, utilizando cronômetros, filmagens ou sistemas digitais.
Essas medições são ajustadas por fatores de ritmo e tolerância, para se chegar ao tempo padrão, que servirá de referência para cálculo de capacidade, balanceamento de linhas e indicadores de produtividade.
Takt Time: o compasso da produção
Outro conceito fundamental dentro do ETM é o Takt Time, palavra de origem alemã que significa "ritmo" ou "batida".
O Takt Time indica o ritmo de produção necessário para atender à demanda do cliente, sendo calculado pela relação entre o tempo disponível de produção e a quantidade de peças que devem ser produzidas.
Takt Time = Tempo disponível / Demanda do cliente
Enquanto a cronoanálise mostra quanto tempo o processo realmente leva, o Takt Time mostra quanto tempo ele deveria levar.
A comparação entre ambos permite identificar gargalos, balancear operações e definir metas realistas de produção.
Aplicações práticas na indústria eletrônica
Em linhas de montagem SMD e PTH, Boxbuild o Estudo de Tempos e Métodos é essencial para:
- Reduzir tempos de setup e trocas de lote;
- Definir padrões de operação e inspeção;
- Calcular tempos de ciclo ideais;
- Planejar o balanceamento entre estações conforme o Takt Time;
- Identificar atividades que não agregam valor, como esperas, retrabalhos ou transportes desnecessários.
Essas informações tornam o processo mais previsível, reduzem custos operacionais e permitem que indicadores como OEE, OLE, FPY e Lead Time sejam analisados de forma integrada e confiável.
Da observação à melhoria contínua
O Estudo de Tempos e Métodos não deve ser visto apenas como uma auditoria de eficiência, mas como uma ferramenta de aprendizado organizacional.
Ele aproxima engenharia, produção e qualidade, transformando dados de observação em planos de ação concretos, e garantindo que cada melhoria seja sustentada por fatos e não por percepções.